terça-feira, 26 de março de 2013

Para sempre - Parte 3


Ler o seu nome me fez ficar paralisada. A carta foi feita no dia 10 de Março de 2000, exatamente um dia antes de completarmos 7 anos de namoro. Exatamente no dia do seu acidente. Aquela carta talvez não fosse normal, pois sobreviveu ao dilúvio que eu havia causado bem acima dela. Depois de anos, parei para refletir em tudo e me senti a pior pessoa do mundo. Ele não era só o namorado perfeito, ele era a pessoa, a criatura, o ser mais perfeito que existia na face da terra. E eu, a melhor idiota que ele poderia ter arrumado para amar. Eu nunca fui tão sentimental, mas o amava tanto...E ele era esperto o suficiente para me entender e eu sei que ele sabia que ele era a razão da minha existência, da minha verdadeira felicidade. Mas continuei me sentindo uma imbecil. Se eu não tivesse pedido para ele ir pegar o livro que eu reservei na biblioteca, se o motorista não tivesse atendido o telefone bem na hora que o Ricardo fosse atravessar a rua, ou se ao menos, eu estivesse ao seu lado para puxá-lo para a calçada, eu não estivesse sentindo tanto frio esta noite. Talvez eu nunca limpasse essa estante, talvez estivéssemos realmente casados, talvez, ele pudesse me dar boa noite, todas as noites, por mais tempo. No meio dos outros papeis caídos no chão, estavam nossas fotos. Algumas delas. As mais especiais, para ser mais exata. O dia em que ele me pediu em namoro, a primeira foto do nosso beijo, do nosso abraço, das nossas caretas...Fotos que se duvidar, poderia até sentir o cheiro daquele momento, o calor, o sentimento...Poderia ouvir ele me chamando de linda e eu o ignorando. Podia ouvir meus pensamentos, me perguntando o que eu haveria feito para ter tanta sorte...Fui no banheiro lavar o meu rosto, minha cabeça doía de tanto chorar, precisava me acalmar. Nessas horas, eu tinha mesmo que estar sozinha em casa? Peguei minha melhor caneta, uma folha do meu caderno da faculdade, liguei o som, sentei-me a mesa e comecei a escrever...

domingo, 24 de março de 2013




''O que for pra ser será, deixa solto só pra ver, no que isso tudo vai dar. O que for pra ser será, deixo estar e deixo o resto virar... questões ao vento.''

quarta-feira, 20 de março de 2013

I feel infinite.



Mais um daqueles típicos dias em que ela estava silenciosa por fora, porém, barulhenta por dentro. Mas por incrível que pareça, ela não estava muito incomodada com isso hoje. Pelo contrário, ela parecia nem se importar. Estava com seu fone de ouvido e os Smiths estavam tocando a sua canção favorita e a única coisa com a qual ela estava preocupada era em sentir a música. E de repente, junto com a música, veio a sensação de ser jovem e saber que dispunha de todo o tempo do mundo. E que ela podia gastar esse tempo como ela bem entendesse. Sem se preocupar. O futuro viria depois, o que importava agora era o presente e ele já estava acontecendo. E ela era jovem e tinha uma vida inteira pela frente. E junto com todas essas sensações, de saber tudo isso, a melhor coisa, para ela, foi saber que neste exato momento, enquanto milhares de pessoas estão desperdiçando as suas vidas sem ter a mínima noção do que estão fazendo, ela tinha o infinito correndo em suas veias. 

segunda-feira, 18 de março de 2013

"Um dia acontece, a gente tem que crescer. Temos que encarar a responsa." Grande Charlie Brown, grande chorão; um dos maiores poetas dos tempos modernos e que para sempre será lembrado na mente dos que tem pensamentos fortes. A gente nasce, cresce, rala e amadurece. Tentamos retardar ao máximo os intervalos de uma fase até a outra, porém na maioria das vezes não obtemos sucesso. Nascemos sem saber, morremos sem querer e vivemos sempre procurando crescer. A vida segue suas retas, sem desvios ou curvas. Procurando passar por cima de qualquer obstáculo, é assim que se consegue viver. Viva, curta, cresça, amadureça para que só assim você envelheça.

Rafael Contente

domingo, 17 de março de 2013

Acredite.


             Pergunto-me como seria a vida se existissem todas as lendas que escutamos desde pequenos, como seria ver o Papai Noel deixando os presentes, o Coelho da páscoa escondendo os ovos, a Fada do Dente deixando nossas moedas, o Sandman nos ligando aos nossos sonhos maravilhosos, o Jack Frost fazendo neve e participando de nossas guerras de bola de neve, fora as outras lendas que existem e que nós nem sabemos, me pergunto como seria se todas elas fossem reais, que pudéssemos vê-las, tocá-las, porque senti-las acho que conseguimos, elas estão dentro de nós. Em nossos corações existe uma parte que acredita fielmente em todas essas lendas, então peço a vocês para independentemente da idade, raça ou qualquer outro fator, não deixe de acreditar, pois pode ser você que um dia salvara a existência deles.

sábado, 16 de março de 2013

E em um dia comum, você.


Existia uma garota, baixinha, cabelos compridos, olhos sem o brilho de alguém que estava apaixonado, de alguém que sonha. E então, ela viu você. Num dia comum e tedioso, rotineiro. E ela viu você, digo e repito. Sentado numa parada de ônibus e mexendo no celular. Mas ela sabia que você estava ali esperando por ela e isso encheu o dia dela de um pouquinho mais de cor. E você então levantou o seu olhar e abriu um sorriso. Aquele sorriso. O motivo pelo qual o mundo dela continuava girando. Ela olhou pra os seus olhos. Péssima idéia, se me permite dizer. Em um segundo, ela derreteu. Para ela, aqueles olhos tinham a cor da coisa mais segura que ela já viu. E olhando pra aqueles olhos que ela tanto amava, ela desejou com todas as suas forças: pediu que ela pudesse permanecer dentro daqueles olhos pelo resto da vida dela.

sexta-feira, 15 de março de 2013

O anjo mais velho

Ontem a noite foi terrível para mim. Me revirei a madrugada inteira, e quem dera se fosse apenas em minha cama. Fechava os olhos e te imaginava por perto. Remexia o corpo pelo colchão, espalhando travesseiros, lençóis, palavras, lágrimas, chuvas e dores. Pensava em cores, em discos, em livros... uma vontade imensa de abrir um zíper nas costas e sair do corpo, porque dentro de mim, naquele momento, não era um bom lugar para se estar. Havia lido isso em algum lugar e, pela primeira vez, sem ceticismo ou desconfianças literárias, aceitei. Eu não podia acreditar que você realmente havia partido. Foi tudo tão rápido, embora tudo em minha mente se passe tão devagar.
Ontem eu te fiz sorrir. Ontem dançamos como loucos na praia, corremos como fugitivos e nos beijamos como se nada na vida fosse melhor que aquilo. Hoje eu não consigo mais olhar para o mar. Não sem te lembrar. As lágrimas jorram do meu rosto e eu me pergunto o que fiz de errado. E a resposta vem automaticamente. Devia ter te dito mais vezes que te amava. Devia ter te amado mais vezes. Devia ter dito "sim" logo de primeira em frente ao pier a dois anos atrás. Devia ter sido mais paciente, mais cuidadosa. Devia ter vivido mais cada segundo ao teu lado. Devia ter sonhado mais com você, porque hoje eu nem durmo. Devia ter tirado mais fotografias, retratos, 3x4, e até aquelas polaroids que você odeia. Odiava. Para mim ainda odeia.
Um dia sem você parece um século. Gosto de pensar que você está nadando até agora a procura de sua famosa Terra do Nunca, como você costumava dizer. Gosto de pensar que a qualquer momento aquelas ondas que te levaram vão te trazer. Mas tudo isso que eu gosto de pensar não se compara a você. A nós. Éramos um laço, sem nós. Só nós.
O que eu faço agora? Eu não sei lidar com perdas, você sabe. Eu não sei ficar perdida por aí. Aqui está cheio de gente e eu sinto como se não conhecesse ninguém. Eu olho para o céu e sei que Deus em algum lugar está do seu lado agora, como você sempre dizia quando lembrava dos seus avós. Mas ainda sinto sua falta. Acho que isso eu sempre vou sentir. Mas olha... eu vou conseguir. Eu prometo. Já tou juntando dinheiro, e no verão vou pra aquela universidade que você me fez prometer que um dia eu iria. Tou regando as plantas novamente, e eu prometo que vou começar a me alimentar bem. Prometo lembrar de você todos os dias. Pra sempre. Só enquanto eu respirar.

Pois eu sei que...

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia o verbo a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar...