terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Um dom raro
Eu acho lindo quando vejo um casal de velhinhos. Não são lindos? São, são sim. Faz-me pensar como eles chegaram ali, quantas coisas eles já não passaram juntos. Alguns com 30, 40, 50, 60 anos de casados. Não ter amor entre eles dois? Qual o sentido então, de ter a mesma pessoa ao seu lado por tantas décadas e não morrer de amores por ela? Por pena? Tenho pena de quem pensa assim. Como conseguiram? Passaram por cima de brigas, fecharam os olhos, apertaram um a mão do outro e seguiram em frente. É difícil, talvez isso seja um dom destinado para poucas pessoas do mundo. O dom do eterno. Eles cuidaram um do outro durante todo esse tempo, com direito a beijos na teste e tudo mais. Será que recebem por isso? Acredito que nada material, mas recebem uma alegria tremenda só de saber que seu/sua companheiro/companheira está em Paz com o mundo, está feliz.
Serei eu uma dessas escolhidas? Serei eu capaz de ter um dom tão raro e tão importante? Não sei, mas estaria realizada se fosse. Conseguir empurrar o supérfluo, conseguir afastar os ventos ruins, encontrar um ar puro no meio de tanta fumaça. Eu quero ver meus filhos, meus netos, meus bisnetos. Eu quero sentar na minha cadeira de balanço, virar o rosto e ver o alguém que me fez feliz por toda uma história. Eu quero ter um rosto enrugado, e que cada dobrinha me faça lembrar tudo o que já vivi nessa vida. Eu não tenho medo de morrer. Tenho medo de morrer sozinha. Velhinhos precisam de alguém, precisam ver que tudo o que fizeram valeu bastante a pena e que agora, eles podem descansar, eles podem deixar a vida levar, sem preocupação, com um sorriso no rosto, um coração no peito e um amor na vida.
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