Passei a tarde deitada na cama, fitando o céu janela a fora.
O amarelo do sol reluzia no meio da imensidão azul. Fiquei observando os
pássaros brancos que passavam por ali, fazendo um contraste entre o azul e o
amarelo. Comecei a pensar sobre os pássaros. Todo mundo tem essa mania de achar
que ser pássaro é ser livre pra voar pra onde quiser e tudo mais, mas eu
discordo. Acho que ser pássaro é triste, porque ser pássaro é solitário. Não
estou dizendo que não deve ser legal voar por aí sem destino, com o vento forte
batendo contra o seu rosto e lhe lembrando de como é boa a sensação de se estar
vivo. Pelo contrário, deve ser o momento de felicidade ébria mais lúcida que se
pode ter. Mas o que quero dizer é que é uma felicidade passageira. Porque
depois que o vento diminui e o azul do céu se torna comum, voar sozinho não deve
ter mais tanta graça.
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