domingo, 3 de março de 2013

Vinho e chuva


Está chovendo lá fora, então decidi escrever, escrever até a chuva parar, até a garrafa de vinho terminar, até eu está um tanto bêbado e cansado, porque é assim que as pessoas normais ficam, e eu sou extremamente normal, por incrível que pareça.

Reponho a taça de vinho. Bebo. Sinto aquele doce veneno percorrendo minhas entranhas. Eu gosto. Eu amo. Então eu paro, escuto a chuva e me deixo levar. Hoje é dia dos namorados, faz 20 anos que perdi a virgindade, tenho apenas 37, mas não tratarei sobre isso, até porque me torno um caos ao falar sobre.

Sou casado, minha esposa está com a mãe no hospital, ela teve uma tontura forte e desmaiou, dormi com ela ontem, digo que ela é uma boa sogra. E é. Procuro o celular e vejo se tem alguma ligação perdida, nada. 
Deve estar tudo bem por lá, assim fico mais relaxado.

Sento-me no sofá com o notebook no colo, não canso de escrever, tem horas que acho que sou o cara mais sortudo do mundo, tem outras que tenho vontade de sumir. Sou bem sucedido, tenho uma empresa de Marketing, é a melhor no ramo, não moro num apartamento grande porque não gosto, quero conforto e esse me proporciona, me sinto feliz aqui junto a minha esposa e ao filho que agora está dormindo no quarto dele que é decorado com figuras do Ben 10, desenho até que legal, sei porque assisto com ele, ele tem apenas 5 anos e é o filho que eu sempre pedi. Eu o amo.

A chuva está mais fraca, sinto meus olhos fecharem, resisto, apenas mais um pouco, só mais um pouco, preciso finalizar.

Não sou nada nem ninguém que vá mudar sua vida, apenas um homem escrevendo num dia dos namorados solitário, com um filho dormindo num quarto, a esposa com a mãe no hospital, com meu único companheiro: o vinho, não posso me esquecer do sono, e claro... minha inspiração a chuva, que agora por sinal parou, ela sabia minha necessidade, mas antes viro o que restava da garrafa de vinho, me sinto tonto, sei que vou dormir, adeus.

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